
Uma forma prazerosa , significativa e reflexiva de aprender. Ao assistir os filmes que foram sugeridos tive diversas reações: emoção com a simplicidade do documentário, "Nascidos em Bordéis", onde a grandeza da fotógrafa, com um gesto tenta modificar a história de vida de crianças tão sofridas. Lembrando que pequenas atitudes podem surtir um grande efeito na vida de nossos alunos. Atitudes mesmo que não signifiquem muito pode mudar o curso da história.
Outro filme que acrescentou muito em meu saber foi "O sorriso de Monalisa", pois mostrou que o saber docente é plural, composto por vários saberes resultantes da experiência, da formação acadêmica e do senso comum. A formação da professora deu um destaque , mas o saber da experiência, que é um saber crítico por excelência, foi uma síntese de tudo o que aprendeu, ensinou e vivenciou. Observei que a trajetória de cada professor influencia sua maneira de aprender e ensinar. Vimos que o processo de ensino e prendizagem não se restringia à transmissão de conhecimentos, e sim as diversas formas de abordagem dos problemas, desafiava suas alunas preparando o terreno para que caminhassem sozinhas, estabelecendo uma relação pautada no prazer de ensinar e de aprender.
No filme "Entre os muros da escola", vi nossa realidade, de escola de periferia com diversas culturas, com todos os problemas sociais possíveis, onde a ideia do que seja um comportamento desviante deve ser relativizada, isto é analisada a partir de valores e conceitos de sua cultura. O que é considerado desvio para um professor para outro é uma forma de trabalho diferenciada. A existência de sansão e premiação que deveriam servir de motivação para os alunos muitas vezes não funciona, pois o objetivo deste comportamento e romper com a ordem preestabelecida. Quando falamos no papel do professor neste contexto e da imagem que a sociedade faz dele e que ao mesmo tempo tem de si, lembro que a comunidade escolar espera que o professor promova mudanças no comportamento dos alunos. Para que isso aconteça é preciso começar adequar as condutas de seus alunos ao meio em que vivem. É preciso duvidar sempre, não permitir que valores, opiniões e práticas fiquem esquecidas no dia-a-dia de sala de aula sem que seja questionada, pesquisada e pensada. Incorporando os usos e costumes na sua prática docente sem refletir sua função está apenas cumprindo uma ordem onde pode estar apenas atendendo aos interesses de um determinado grupo. É preciso lembrar ainda que nas escolas de periferia as turmas são heterogêneas e portanto não tem um só padrão de comportamento. É nestas diferenças que o professor pode se valer para complementar sua prática docente.
As diferentes imagens e representações do professor no filme tentam dar conta da falta de engajamento no sentido de transformar e não apenas questionar, começando por discutir os -padrões de comportamento que esse sistema impõe a turma. Seria muito interessante que o professor fosse um pesquisador, podendo assim , tirar proveito do fato de estar em contato direto com a comunidade escolar: alunos, pais, colegas, direção e funcionários da escola.
A imagem do professor no contexto atual é construida com base num tipo heróico, dotado de uma personalidade especial, que luta contra a instituição escolar para desempenhar seu papel dentro do mais alto nível de comprometimento para transformação social.
Ao ler o texto de Filosofia, "Professor Apaixonado" refleti e ao longo de minha experiência profissional, que todo professor que realmente atua em sala de aula é apaixonado, pois os que não são sempre acham um bom motivo para não dar aulas. As grandes desculpas são os setores nas escolas, os estagiários que assumem seus papéis. Diante disto, vale a pena retomar esta reflexão sobre o papel do professor no contexto atual , partindo do presuposto que a escola era um agente transformador, o professor antes exercia um um papel que lhe garantia no mínimo prestígio social. O que se vê hoje é uma revisão desta posição e deste ponto de vista, uma vez que a própria formação de docentes mudou, haja visto o curso em EAD, procurando dar conta dos novos papéis do professor e das novas funções da escola num mundo globalizado. Neste contexto, o que se pode perceber é que a escola e o professor não se colocam no centro como agente da mudança. A escola agora é vista como mais uma forma de conhecimento, concorrendo com outros meios e tecnologias de produção de saber. Assim é preciso destacar que o professor precisa refletir , precisa estar sempre avaliando e atualizando sua prática docente. Então posso afirmar sou uma "Professora Apaixonada".